sexta-feira, 16 de julho de 2010

Pescaria

"Não vê que o futuro é você quem faz, porque o fracasso lhe subiu a cabeça."
Acho que meu coração não é meu, foi transplantado. Ele só gosta de quem não gosta de mim ou de quem está a quilômetros de distância. E quando alguém se declara pra mim? Ele adora dizer "não".
A paixão em minha vida é como uma pescaria: Vou até o mar e vejo uma imensidão (a felicidade), jogo a vara de pescar nele e pesco o peixe que eu quero, mas ao tentar colocá-lo no balde e levá-lo para minha casa, ele escapa das minhas mãos e cai de novo no mar, na imensidão. E agora? Dentre tantos outros peixes, como encontrá-lo novamente? Eu sei que muitos outros virão, mas nenhum será igual.
O que me resta é recolher o anzol e voltar para casa. Entender que se o peixe não voltou comigo é porque já tem um par naquela imensidão e eu não posso separar ele do que eu quero. Pois se procuro o amor, não posso impedir que outros pescadores o encontrem também.
O meu futuro sou eu quem faço e por maior que seja o mar e mesmo com a água tão salgada, são as minhas lágrimas também salgadas que me darão forças para não encerrar a pescaria. Levo os peixes bons na memória junto com a certeza de encontrar o meu, um dia, pois todo mar tem seu pescador e todo peixe quer ser fisgado por outro peixe ou por um anzol que o tire daquele mar.

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